Caros(a) colegas, a partir de hoje convido todos vocês a, junto comigo, viajarem por essas águas e desbravarem esse mar... Desde a última segunda-feira que estou estagiando numa classe de 5º ano/4ª série, estou assumindo o lugar de uma professora que saiu de licença. Confesso que fiquei meio preocupada e alguns questionamentos circularam pela minha mente, coisas do tipo:
Será que estou pronta pra assumir uma turma assim de cara? Será que quero mesmo ser professora? Como vou lidar com eles, como vou dar as aulas?
O fato é que quando chegamos numa sala de aula não temos muito tempo para pensar nessas coisas. Com crianças as coisas fluem naturalmente. Primeiro elas apenas observam, falam baixinho entre si, olham pra você de cantinho de olho e tentam descobrir seu jeito. Depois eles perguntam coisas que você nunca iria imaginar sobre a sua vida...
Segunda-feira cheguei na escola com o estômago revirando de ansiedade, aguardei o sinal bater e fui pra sala. Lá, o estagiário que está responsável pela regência da turma já me aguardava. Isso mesmo, estamos eu e um outro estagiário na turma; eu estou lá através da SMEC - Secretaria Municipal de Educação e Cultura - para assumir a vaga da professora oficial da turma enquanto ele está de licença e o outro estagiário está lá através do ICEIA, um colégio estadual que tem anos e anos de tradição em Magistério e forma professores até hoje.
O meu papel consiste em, nesse caso, orientar o estagiário do ICEIA nas atividades em classe, nas aulas e nos planos de aula. Mas a coisa não está fluindo bem assim. Como disse, na segunda-feira já o encontrei na sala, como eu estava chegando sem nenhuma bagagem como professora - minha experiência se baseava apenas nas teorias que estudo na faculdade e no período em que dei banca - fiquei apenas observando.
O estagiário deu as boas-vindas às crianças, falou sobre o que seria feito naquele dia e começou a me apresentar a turma. Por minha vez, eu disse meu nome e perguntei o nome deles, ainda meio tímida. Depois disso eu fiquei sentada olhando as crianças, observando o comportamento de cada uma delas. Foi um dia tranquilo e produtivo, deu pra ver bastante coisa.
Na terça-feira não tivemos aula devido ao feriado do Dia do Estudante, voltamos ontem. Ainda estamos seguindo o plano de aula da professora anterior, mas estou torcendo para que chegue logo o dia em que eu possa trabalhar do meu jeito. Eu fico meio presa à maneira de trabalho dela, até porque acabei de chegar. Entretanto, torço por aulas mais dinâmicas, com maior participação das crianças.
Já deu para notar que elas ficam entediadas em apenas escrever o que está no quadro e prestar atenção naquelas aulas pouco movimentadas. Nas poucas aulas que ministrei ontem e hoje comecei a inseri-los mais no momento fazendo perguntas sobre o que eles conheciam dos temas que estavámos trabalhando e foi ótimo o resultado. No decorrer das aulas pergunto sobre as experiências deles, o que eles pensam sobre, dou exemplos de coisas que estão presentes no dia-a-dia e na vida das crianças, fica mais fácil.
Hoje já fizemos um ditado de palavras e após o termino fomos corrigir a atividade em questão, o resultado foi muito bom. Corrigimos confrontando a maneira como cada um escreveu, discutindo de maneira dinâmica e divertida o porquê que o 'ç' só aparece no meio das palavras e só se usa com as vogais 'a,o,u' e o uso do 'm' apenas antes de 'p' e 'b'... E muitas outras regrinhas básicas do português. Ninguém ofendeu os coleguinhas por ter escrito de uma maneira diferente, cada um contribuiu com o que sabia.
Depois brincamos de forca no quadro e foi incrível a participação deles, se eu deixasse eles tinham se estapeado pra ver quem ia dizer a letra que se encaixava nos espacinhos. Vi que não é dificil criar situações de aprendizagem que envolvam a brincadeira... O que você precisa é ter controle da situação porque eles se empolgam e querem participar a todo custo. É importante criar uma ordem de respostas pra que cada um respeite o momento do outro na participação.
O que posso afirmar com toda certeza é que todos os medos que temos antes de chegar numa sala de aula caem por terra quando você chega em uma. Claro que tem toda a responsabilidade de contribuir para o crescimento daquelas crianças, afinal, estamos ali para mediar a construção do conhecimento deles e temos papel fundamental nisso. Entretanto, é muito fácil lidar com eles, basta conquistá-los e mostrar que você não é nenhuma bruxa grossa e impaciente; o sorriso, o carinho e a boa vontade estampados no rosto e nas atitudes são a porta aberta para um bom trabalho junto às crianças, todos ganham!
Por Laís Assis
É isso aí, essa foi a primeira experiência de muitas! A chegada à uma sala de aula inicialmente realmente assusta, porém tenho certeza que sua curiosidade epistemológica juntamente com sua força de vontade e empenho lhe fará alcançar resultados maravilhosos e vivências docentes enriquecedoras.
ResponderExcluirAna Alice.
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ResponderExcluirOlá Laís, estou cursando o 3º Semestre do curso de Pedagogia. Amanhã começo a estagiar no Fundamental I - 2º ano... estava morrendo de ansiedade, mas depois do seu depoimento, estou "um pouco" + tranquila...
ResponderExcluirSucesso para você!!!
Beijos.
Boa tarde
ResponderExcluirMuito bom seu diário.
Sou professora do Ensino Fundamental II e Médio.
E me lembro perfeitamente do meu primeiro dia como professora regente. Frio na barriga, a voz mal saia, aquele nervosismo...
Em geral eu acho que nós ficamos mais a vontade depois de 2 semanas. Eu pelo menos acho.
Beijos.