quinta-feira, 25 de junho de 2009

O que trabalhar nas Creches

Após visitar uma creche particular para compor o projeto de pesquisa que estamos realizando para uma disciplina da faculdade, cujo tema é “O trabalho do pedagogo infantil numa creche particular”, percebi que faltava algo nas atividades que as crianças efetuavam: o planejamento; algo que precisa ser levado em conta, mas que nem sempre acontece.

Um bom planejamento abrange referencias de práticas pedagógicas que respeitam as características das faixas etárias, promovendo assim o desenvolvimento das crianças.

As propostas que compõem o planejamento precisam também considerar a organização do tempo, do espaço e dos materiais em função das características da turma.

Para que ocorra o desenvolvimento pleno das turmas de creche, não podem faltar praticas que valorizam o brincar, a linguagem oral, o movimento, a arte, a identidade e autonomia.

Por isso, vejamos porque essas práticas são importantes e o que podemos estar propondo para a realização destas.

BRINCAR:

  • Por que trabalhar: Embora a brincadeira seja uma atividade livre e espontânea, ela não é natural, mas uma criação da cultura. O aprendizado dela se dá por meio das interações e do convívio com os outros. Por isso, a importância de prever muito tempo e espaço para ela.
  • O que propor: Uma das primeiras brincadeiras do bebê é imitar os adultos: ele observa e reproduz gestos e caretas no mesmo momento em que acontecem. Com cerca de 2 anos, continua repetindo o que vê e também os gestos que guarda na memória de situações anteriores, tentando encaixá-los no contexto que acha adequada. Tão importante quanto valorizar essas imitações é propor ações físicas que possibilitam sensações e desafios motores. Alguns brinquedos também fazem sucesso nessa fase. Os mais adequados são os de peças de montar, encaixar, jogar e empilhar, além dos que fazem barulho. É preciso ter cuidado com a segurança e só usar objetos maiores do que o tamanho da boca do bebê quando aberta. Para um trabalho eficiente, uma boa estrutura é essencial. Isso inclui ter material suficiente para que todos consigam compartilhar e um bom espaço de criação.

LINGUAGEM ORAL:


  • Por que trabalhar: Quando o bebê se expressa com gritos ou gestos, ele tem uma intenção. Para que a linguagem oral se desenvolva, cabe ao professor reconhecer a intenção comunicativa dos gestos e balbucios dos bebês, respondendo a eles, e promover a interação no grupo.
  • O que propor: Desde muito cedo, cantigas de roda, parlendas e outras canções são meios riquíssimos de propiciar o contato e a brincadeira com as palavras e de estimular a atenção a sua sonoridade. As rodas de conversa, feitas diariamente, são uma oportunidade de praticar a fala, comentar preferências próprias e trocar informações sobre a família. Nessa situação, há a interação com os colegas e aprende-se a escutar, discutir regras e argumentar. Quanto menor for à faixa etária do grupo, mais necessária será a interferência do educador como propositor e dinamizador dos diálogos.

MOVIMENTO:

  • Por que trabalhar: O movimento é a linguagem dos pequenos que ainda não falam e continua sendo a maneira de se expressar daqueles que já se comunicam com palavras. Portanto, quanto mais o professor incentivar o movimento, maior será o aprendizado de cada um sobre si mesmo e o desenvolvimento da capacidade de expressão.
  • O que propor: O bebê precisa participar de atividades que ampliem o repertório corporal para que percorra um caminho de gradativo controle dos movimentos até conseguir se levantar e andar. Aos poucos, ele passa a ter consciência dos limites do corpo e da conseqüência de seus movimentos. São situações indicadas para o amadurecimento motor passar por obstáculos como túneis, correr e brincar no escorregador. Os espaços da creche devem ser desafiadores e, ao mesmo tempo, seguros. São ambientes propícios para as atividades desse tipo tanto o pátio como a sala. Ali, são colocados bancos ou caixas que sirvam de apoio para os que estão começando a andar e ficam distribuídos brinquedos de equilíbrio. Enquanto a turma se mexe para lá e para cá, não se perde um lance. Um educador atento sabe quando um suspiro revela cansaço ou uma careta demonstra algum desagrado.

ARTE:

  • Por que trabalhar: A música e as artes visuais são dois meios de os pequenos entrarem em contato com o que ainda não conhecem. Nessa fase, as linguagens se misturam e um mesmo objeto, como um giz de cera, pode ser usado para desenhar ou batucar.
  • O que propor: Quanto mais variadas as experiências apresentadas, maior a garantia de qualidade no desenvolvimento do grupo. Escutar sons, como os produzidos por batidas em várias partes do próprio corpo e pela manipulação de objetos, ouvir canções de roda, parlendas, músicas instrumentais ou as consideradas "de adulto" faz a diferença nessa fase. Além de ouvir e repetir um repertório já conhecido, a turma deve ser orientada a improvisar e criar canções, brincar com a voz, imitar sons de animais e confeccionar instrumentos. Da mesma maneira, o ideal são atividades de artes visuais diversificadas. Uma boa prática inclui desenhos - e não o preenchimento de modelos prontos -, pinturas ou esculturas usando diversos materiais e possibilitar o contato com novos recursos visuais para ampliar as referências artísticas. As produções da classe ficam à disposição para que sejam observadas e comentadas e para que cada um reconheça o que é de sua autoria.

IDENTIDADE E AUTONOMIA:

  • Por que trabalhar: O bebê nasce em uma situação de total dependência e, pouco a pouco, necessita se tornar autônomo. Autonomia e identidade se desenvolvem simultaneamente e, mesmo num ambiente coletivo, é preciso dar atenção individualizada às crianças.
  • O que propor: As melhores experiências são as pautadas pelo relacionamento com os outros e pela demonstração de preferências. É essencial oferecer possibilidades – na hora da brincadeira ou da merenda, por exemplo - para que os pequenos sejam incentivados a se conhecer melhor e a optar. Ao servir os alimentos sem misturá-los, o educador permite a cada um identificar aquilo de que mais gosta. Oferecer a colher para que todos comam sozinhos também é primordial. Por meio da observação, uns aprendem com os outros. Mesmo que no começo façam sujeira e demorem para se alimentar, aos poucos adquirem a destreza do movimento. A organização do ambiente em cantos de atividades é outro meio de favorecer o exercício de escolha, já que cada um define onde brincar, com quem e por quanto tempo. Para ajudar na construção da identidade, cabe ao educador chamar cada um pelo nome e ressaltar a observação dos aspectos físicos individuais.

Referência

SANTOMAURO, Beatriz; ANDRADE, Luiza. O que não pode faltar. Revista Nova Escola, n° 217, ano XXIII, 2008.



Lorena Bárbara

4 comentários:

  1. Muito legal o site de vocês e a proposta de conteúdo.

    Parabéns!!

    Muito bons os textos e a estrutura do blog. Ótima referentcia.

    Roberto.
    www.pintinhoamarelinho.com.br

    Em nosso site começamos a publicar conteúdo relacionado a educação infantil e também alguns materiais aos pais.

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  2. A foto de Lorena deveria ser menos sensual.

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  3. Foi muito bom pesquisar,ajudou e muito, obrigada.

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  4. gostar eu gostei, mais vindo de quem veio né Lais só pode ser copia.

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