quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

VER E OLHAR: EXISTE DIFERENÇA?

Tomando como base o texto de Márcia Tiburi¹ Aprender a Pensar é descobrir o olhar ², comecemos uma discussão, uma expressão de opinião sobre a possível diferença entre Ver e Olhar. Será que existe essa diferença?

Ao perguntar a alguém se existe alguma diferença entre Ver e Olhar, certamente ouviremos que não; que Ver e Olhar são sinônimos. E de fato são. Entretanto, mesmo sendo sinônimos, existe diferença entre a ação de Ver e de Olhar.

Vivemos na era da informação, onde tudo que acontece é noticiado com muita rapidez. A quantidade de informações que nos são passadas, e também a rapidez com que são passadas, acaba não sobrando tempo para assimilação e reflexão do que aconteceu/acontece.

Ouvimos muito, mas pouco escutamos; vemos muito, mas pouco olhamos. Quando paramos para olhar algo, devemos nos despir de todo e qualquer preconceito, conceito ou pré-conceito; devemos está abertos ao que iremos presenciar, pois é através do olhar que percebemos o imperceptível.
“É como a arte de um escultor sobre a pedra, que para fazer a forma, deve antes passar pelo trabalho do vazio e retirar todo o excesso para que a forma surja”. (BARBIER, 2002)

O olhar, segundo Márcia Tiburi, é mediado, lento, porque remete a uma reflexão, enquanto o ver é imediato, desatento.

Ver é um “olhar” frio, sem interesse, com propósito de apenas tomar conhecimento de que algo existe, mas sem necessariamente internalizar a sua existência.

Olhar, por sua vez, necessita atenção especial, um momento dedicado a aquela ação – é um compromisso, uma responsabilidade, uma contemplação-. O olhar é algo mais humano, mais caloroso, preocupado com o propósito de perceber, sentir o que acontece consigo e com o mundo a sua volta.

Pode-se dizer que o olhar é o “colocar-se no lugar do outro”, é o olhar o sensível, ponderado, interessado.

“Ver é reto, olhar é sinuoso. Ver é sintético, olhar é analítico. Ver é imediato, olhar é mediado. A imediaticidade do ver torna-o um evento objetivo. Vê-se um fantasma, mas não se olha um fantasma. Vemos televisão, enquanto olhamos uma paisagem, uma pintura” (TIBURI, 2005)

Podemos dizer ainda que entre o Ver e o Olhar existe uma relação de complementação; o Olhar complementa o Ver. Para olhar é preciso, antes, ver. O ver – aquilo que chamou atenção-, remete ao olhar – se realmente tem relevância. O olhar, pós ver, é a consideração do que foi visto. Quando algo chama atenção, passamos da simples e imediata ação do Ver, para ação do Olhar (perceber).


“É como se depois de ver fosse necessário olhar, para então, novamente ver. Há, assim, uma dinâmica, um movimento – podemos dizer- um ritmo em processo de olhar-ver. Ver e olhar se complementam, são dois movimentos do mesmo gesto que envolve sensibilidade e atenção.” (TIBURI, 2005)


O olhar, portanto, é perceber, é existir, é conviver; vai além da ação rela de enxergar; é a nossa condição de tolerância com o outro. O olhar perturba, angustia, instiga, prende a atenção, provoca reação e remete ao pensar.




¹ Marcia Tiburi é graduada em Filosofia e Artes e Mstre e Dutora em Flosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
² Artigo originalmente publicado pelo Jornal do Margs, edição 103 (setembro/outubro). Disponivel em: http://www.artenaescola.org.br/pesquise_artigos_texto.php?id_m=26

Lorena Bárbara Ribeiro

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Dinheiro em caixa!!!

Será que alguém pode ler as noticias abaixo e depois me explicar o que está acontecendo? Muita atenção as datas e aos títulos das publicações.

"30/10/2009
DINHEIRO EM CAIXA
Reitoria da UNEB repassa recursos de R$ 273.580 aos 29 Departamentos da Universidade para pagamento das Bolsas de Monitoria de Ensino e Extensão e das Bolsas PAE (Assistência Estudantil) - Administração central assume 40% dos custos com passagens para Docentes - Leia REPORTAGEM

O reitor da UNEB, Lourisvaldo Valentim, autorizou o repasse imediato de R$273.580 para todos os 29 departamento da universidade sediados na capital e interior do estado, logo após obter a liberação dos recursos junto à Secretaria estadual da Fazenda (Sefaz).

Segundo a Assessoria Técnica (Astec) da UNEB, os recursos são destinados ao pagamento das bolsas de monitoria de ensino e extensão e das bolsas do Programa de Assistência Estudantil (PAE), referente ao mês de outubro.

"Desse total, R$210.000 são para as bolsas de monitoria e R$63.580, para as bolsas do PAE", explicou o assessor-chefe da Astec, Luiz Paulo Neiva.

O assessor-chefe adiantou que a administração central da UNEB está ultimando conversações com órgãos do governo para, já a partir do mês de novembro, poder repassar os valores para pagamento das bolsas com antecedência de 10 dias. Essa antecipação dos recursos vai assegurar aos departamentos melhores condições para agilizar o pagamento das bolsas, favorecendo centenas de estudantes.

"Nossos esforços é no sentido de conseguirmos estabelecer um calendário fixo para pagar as bolsas de monitoria e do PAE, da mesmo forma que acontece com os salários de professores e servidores. Com uma data certa e previamente informada para receber seu dinheiro, o estudante vai poder planejar melhor seu orçamento pessoal", disse Luiz Paulo.

Texto e imagem: Ascom/UNEB] tv/cv "

"05/12/2009
DINHEIRO EM CAIXA
Reitoria da UNEB repassa recursos de R$ 547.160 aos 29 Departamentos da Universidade para pagamento das Bolsas de Monitoria e das Bolsas PAE - Administração central autoriza pagamento de 40% dos custos com passagens para Docentes - Leia REPORTAGEM

O reitor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Lourisvaldo Valentim, autorizou o repasse imediato de R$547.160 para todos os 29 departamento da instituição sediados na capital e no interior do estado, logo após obter a liberação dos recursos junto à Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).

Segundo a Assessoria Técnica (Astec) da UNEB, os recursos são destinados ao pagamento das bolsas de monitoria de ensino e extensão e das bolsas do Programa de Assistência Estudantil (PAE), referentes aos meses de novembro e dezembro, beneficiando centenas de estudantes.

"Desse total, R$420 mil são para as bolsas de monitoria e R$127.160, para as bolsas do PAE", explicou o assessor-chefe da Astec, Luiz Paulo Neiva.

Texto e imagem: Ascom/UNEB] tv/af "

Onde está a minha dúvida? Muito simples, sou monitora de ensino do Campus I da UNEB desde Setembro, quando começou o semestre 2009.1, e dinheiro que é bom, NADA!!

Como é que divulgam no site da Unversidade que a verba para o pagamento do mês de Outubro já foi liberado se até o momento eu não vi a cor do dinheiro? Minha conta bancaria continua vazia; nem Outubro, nem Novembro, muito menos Dezembro!

Alguém viu o paradeiro desse dinheiro? Olhe que sou capaz de dar até uma recompensa para quem me informar onde está o dinheiro!!!

Antes que saiam por ai dizendo que eu disse isso ou aquilo, vou esclarecer que não estou fazendo acusações; quero apenas EXPLICAÇÕES! Afinal, eu estou cumprindo meu contrato de monitoria, e este dizia que os estudantes teriam direito a uma bolsa, um auxilio, de R$ 300,00. No entanto, não estou vendo isso acontecer!

Vamos esperar para ver onde tudo isso vai parar!
Lorena Bárbara Ribeiro

domingo, 29 de novembro de 2009

UNE é suspeita de ter fraudado convênios com ministério

A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia

Aliada do governo, a União Nacional dos Estudantes (UNE) fraudou convênios, forjou orçamentos e não prestou contas de recursos públicos recebidos nos últimos dois anos. A entidade chegou a apresentar documentos de uma empresa de segurança fantasma, com sede na Bahia, para conseguir aprovar um patrocínio para o encontro nacional em Brasília.

Dados do Ministério da Cultura revelam que pelo menos nove convênios celebrados com a UNE, totalizando R$ 2,9 milhões, estão em situação irregular - a organização estudantil toma dinheiro público, mas não diz nem quanto gastou nem como gastou.

O jornal O Estado de S.Paulo analisou dois convênios com prazo de prestação de contas expirado no ministério: o Congresso Nacional da UNE, realizado em julho, em Brasília, e o projeto Sempre Jovem e Sexagenária, celebrado em 2008, que tinha como meta produzir - até 4 de junho - 10 mil livros e um documentário sobre a história estudantil secundarista. O presidente da entidade, Augusto Chagas, de 27 anos, promete devolver o dinheiro, se forem comprovadas irregularidades.

Apesar de o governo ter repassado R$ 826 mil para os projetos, a entidade, mesmo cobrada, não entrega extratos bancários e notas fiscais, nem cumpre a "execução dos objetivos", os livros e o documentário. Sobre os livros, uma cláusula do contrato diz que a UNE teria 60 dias para prestar contas, a partir de junho, ou restituir em 30 dias as verbas não usadas. Não fez nem uma coisa nem outra.

Empresa fantasma - A UNE forjou orçamentos para obter dinheiro para o encontro em Brasília. Em 16 de julho, o ministério liberou R$ 342 mil para o evento, que teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). A entidade apresentou estimativa de gasto de R$ 70 mil com hospedagem, R$ 29 mil para segurança, R$ 26 mil em passagens aéreas, entre outros. O ministério cobrou três orçamentos.

Para explicar a despesa com segurança, a UNE entregou o orçamento de empresa fantasma, com sede em Salvador, a 1.400 quilômetros do evento. O outro orçamento também é de uma empresa baiana, que ocupa uma sala de 30 metros quadrados e não tem funcionários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: G1 29/11/2009 09h46 Brasil

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brasil, um Pais de Todos!!

Não poderia deixar de registrar a minha opinião sobre o famoso caso da aluna da Uniban, aquela que foi hostilizada e xingada pelos estudantes da Universidade por conta de um vestido que estava usando.

Vamos remorar o acontecido.

No dia 31 de Outubro foi noticiada nos principais meios de comunicação do Brasil – e logo em seguida, no mundo-, a confusão causada por alunos da Universidade Bandeirante de São Paulo - Uniban, por conta do vestido que a também aluna, Geyse Arruda, estava usando. Os alunos alegaram que o vestido de Geyse era muito curto, e começaram a hostilizar a estudante; esta por sua vez, precisou ser escoltada por PMs, para se proteger da fúria de cerca de 700 estudantes que participavam da “movimentação”.

Relembrado o acontecido, vamos aos fatos atuais. O meu comentário é a respeito, não somente do acontecido envolvendo a aluna, como aos dois últimos comentários da Malu Fontes¹, feitos para a rádio Metrópole², sobre o caso.

Tenho que concordar com Malu a respeito da expulsão da aluna. Sem dúvida foi uma atitude injusta e preconceituosa. Ninguém pode ter o acesso à educação negado por causa de suas vestimentas.

Concordo também que acontecem situações nos ambientes educativos, seja universitário ou não, que precisam ser divulgados e discutidos com todos – refiro-me ao comentário de Malu sobre a compra de monografias, por estudantes universitários-, que são muito mais graves que um simples vestido curto.

Contudo, posso até parecer contraditória depois de tudo o que disse acima, penso que alguns valores – se é que posso chamar assim-, precisam ser revistos.

Vivemos num país livre, democrático, e muito quente! Talvez esse fato, ser quente justifique o gosto pelas roupas curtas. Não quero parecer puritana, afinal as pessoas podem se vestir do jeito que bem entenderem desde que estejam adequadas. Não convém, por exemplo, irmos à praia de calça jeans. Mas há quem, de repente, gosta ou deseja ir à praia, num domingo ensolarado, de calça jeans. O que há de mal nisso? Em minha opinião, nada.

Mas será que num ambiente acadêmico – mesmo com todos os problemas obscuros-, convém irmos tão insinuantes?

Deixando o que penso sobre o que e como devemos ou não nos vestir, é importante que não deixemos que esse acontecido seja mais um a cair no esquecimento. O que aconteceu com essa garota foi muito grave. E independente de qual tenha sido sua reação após o ocorrido, precisamos está atentos para que atitudes autoritárias como esta, tomada pela administração da Uniban, são se repita em outros seguimentos escolares. Principalmente num país como o nosso onde coisas absurdas são encaradas com naturalidades, se não por todos, mas por uma grande maioria.

E só para encerra, alguém sabe o que aconteceu com os estudantes que provocaram essa confusão, e que por muito pouco não agrediram fisicamente a aluna? NADA! Eles continuam levando suas vidinhas e freqüentando a Universidade.

E quanto à instituição? Esta voltou atrás e revogou a decisão de expulsar a aluna. Não por vontade própria – primeiro que a expulsão não deveria ter ocorrido-, mas por pressão da população e de grupos de defesa das mulheres.

Esse é o nosso Brasil, um País de TODOS!

“Será que nunca faremos
Senão confirmar
A incompetência
Da América católica
Que sempre precisará
De ridículos tiranos [...]
Enquanto os homens exercem
Seus podres poderes
Morrer e matar de fome
De raiva e de sede
São tantas vezes
Gestos naturais[...]” (Podres Poderes, Caetano Veloso)

Noticias Relacionadas

http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI4095226-EI7896,00-Camara+realizara+audiencia+publica+sobre+caso+Uniban.html








quarta-feira, 11 de novembro de 2009

É Siri, É Bebê, É Corda

Milu Leite

Lá e casa mora um siri. Não fui eu que trouxe, não.
Ele veio me seguindo pela praia.Atravessou a rua, desviou dos carros.
Eu só espiava. Ele vinha atrás
O siri não tem cama. Ele dorme na tigela de comida do cachorro.
E o cachorro tem medo do siri porque já levou um beliscão no focinho.
Eu não sei o que ele come, nem o que ele bebe.
Mas ele continua vivo e mora nessa casa faz tempo. Acho até que engordou.
Minha mãe também engordou.
Eu perguntei para minha mãe:
- O que tem aí dentro da sua barriga?
Ela respondeu com uma cara toda feliz:
-Um bebê. Seu irmão.
Eu fiquei lembrando do siri e fiz outra pergunta:
-Será que o siri também tem um bebê n barriga?
Minha mãe fez cara de quem não sabia o que dizer. Mas disse:
-Ah, siri não. Siri põe ovo.
-E você não põe?
-Claro que não!
-Você tem certeza que o bebê tá dentro da sua barriga, mãe?
-Tenho filho.
-E porque você comeu ele?
Minha mãe deu uma gargalhada. Me abraçou bem comprido e disse que ia me explicar tudo, tintim por tintim, mais tarde.
Ela falou assim: Tintim por Tintim.
Então, eu me esqueci do siri, do bebê e só pensei:
"Tintim é o barukho que os copos fazem quando os adultos batem um contra o outro em dia de festa!" Ai comecei a lembrar do meu aniversário...
Por que será que meu pensament pensa desse jeito?
Quer dizer, por que ele fica pulando de uma idéia para outra sem para?
Aliás, por falar em pular...
Alguém quer pular corda comigo?

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Trabalhando com textos infantis

Olá!

A idéia aqui é publicar textos infantis de alguns autores, que poderão nos auxiliar futuramente, em algum trabalho que venhamos a realizar.

Portanto, vamos aos textos.


CONFUSÕES DO SEU JOSÉ
Lidia Izecson de Carvalho¹

Seu José foi ao mercado
Comprar pra semana inteira
Pegou de tudo um pouco
Até uma enorme peneira

Sem pensar como pagar
Abacaxi, melancia e morango
Não era hora de fazer poupança

Chegou na fila do caixa
Já meio de cabeça baixa
Não sabia onde estava o dinheiro
Teria esquecido no banheiro?

Procurou por todo lado
Remexeu daqui e dali
Do bolso saiu tanta coisa
Pandeiro, alicate e jabuti

Mas onde estava o dinheiro
Isso todos queriam saber
De repente ele lembrou
Assim meio sem querer

Deu um sorriso amarelo
E levatou o boné
Sabia que tinha o dinheiro
Não era nenhum caloteiro

O que ninguém esperava
Foi o que se viu então
Tinha dez notas dobradas
Somando quase 1 milhão

Com tanto ladrão por aí
Foi logo explicando o José
O melhor é se prevenir
Guardar na careca ou no pé

¹A autora é Pedagoga, mestre em Educação.






sábado, 10 de outubro de 2009

O que você vai ser quando crescer?

Não preciso de nenhuma fundamentação teórica para falar sobre isso. Sei que muitos autores tratam desse assunto, mas nem toda situação pode ser traduzida por uma citação retirada de um livro acadêmico.

Nessas horas, para falar a verdade, o que vale mais é o modo com que você contorna a situação. Além de muito preparo emocional para não sentar e chorar ao ver crianças tão pequenas já sem muitos sonhos bons na vida, sem muitos desejos, sem muitas exigências para o futuro.

Eu sei que é a realidade deles, mas isso não é justo! Toda criança tem seus direitos assegurados e eles deveriam ser cumpridos, mas não são. O governo é o primeiro a jogar essas crianças na marginalidade. Muitas das escolas estão caindo aos pedaços, sem professores, sem estrutura, sem materiais. Na escola em que estagio o fardamento não chegou até hoje, os meninos não têm todos os livros e o lanche é péssimo.

Os pais deles são reflexo disso, no passado eles também passaram pela mesma realidade. E a maioria deles, apesar de alguns estarem envolvidos na criminalidade, querem um futuro totalmente diferente para os filhos.

Hoje, olho o crime e a marginalidade por outro lado. Reconheço naqueles "meliantes" que passam na televisão as crianças mal cuidadas de ontem, os meninos que não tiveram oportunidade...

Como a semana da criança está se aproximando aproveitei uma atividade para discutir com eles sobre a infância e também para falar um pouco sobre o futuro. O que percebi foi que meus alunos necessitam de mais carinho, de mais atenção, de uma vida mais digna e de uma infância mais humana. Muitos deles sonham em ser ladrões, grandes traficantes de drogas ou simplesmente fogueteiros:"O cara que solta os fogos quando os 'home' chegam na quebrada, pró".

E ainda me perguntam se eu sou louca em ser professora... Não, não sou! Por acaso alguém já percebeu que sem os professores essa situação poderia estar muito pior? Já pensaram se essas crianças não tivessem alguém para dizer a elas que elas podem ter uma vida melhor, que elas são capazes? Eu digo todos os dias às minhas crianças o quanto elas são importantes para esse mundo e o poder de transformação que está na mão deles. Eu faço questão de dizer todos os dias o quanto eles são lindos e apaixonantes.

Apesar de ser uma profissão stressante e cheia de dificuldades, eu não vejo nada mais bonito. Nós, como os médicos, salvamos muitas vidas. Nós, como os psicólogos, cuidamos dos mais diversos problemas de nossos alunos. Nós, como os administradores, administramos turmas inteiras e todas as dificuldades que aparecem. Nós, como poucos humanos, damos amor àqueles que mais necessitam sem que precise ter laços de sangue ou amizade.

Eu tenho esperança de que um dia nossas crianças não precisarão mais passar por realidades como essa. E o que eles vão ser quando crescer? Pessoas de bem, com consciência dos valores, dos bons sentimentos e, principalmente, da inteligência e da importância que eles têm. Campeões, vencedores!

Por Laís Assis